sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Debate com Presidenciáveis em Brasília

Poucos dias depois da demissão de seu ex-braço direito Erenice Guerra do cargo de ministra-chefe da Casa Civil, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou não estar “numa situação difícil”, numa clara referência às denúncias de tráfico de influência no principal ministério do governo Lula. “Em 25 anos de vida pública, jamais fui acusada de atos indevidos”, disse Dilma durante o debate entre os presidenciáveis promovido ontem à noite pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Universidade Católica de Brasília (UCB).

A afirmação foi feita no terceiro bloco, realizado no auditório da Católica, em Taguatinga. O encontro foi transmitido por redes católicas de rádio e de televisão.

Em sua última participação, já nas considerações finais dos candidatos, Dilma chegou a ser interrompida por um dos espectadores presentes: “E a Erenice, Dilma?”, gritou alguém no auditório. O grito não apareceu na transmissão pelas emissoras de TV.

Antes disso, a petista prometeu não indicar políticos fichas sujas num eventual governo seu. “Considero que essa questão (da Lei da Ficha Limpa, que estava sendo votada no mesmo momento no Supremo Tribunal Federal) é muito séria, principalmente nesse momento.”

Mesmo com o engessado modelo — candidato não podia fazer pergunta para candidato — o debate teve pontos polêmicos, e a presidenciável petista protagonizou mais um embate com José Serra (PSDB).

Já na entrada da Católica, um grupo de manifestantes estendeu uma faixa com os dizeres “Dilma anticristo”. Ao longo da campanha, ela defendeu que a rede pública de saúde ofereça atendimento médico a mulheres que buscam clínicas clandestinas para abortar. A CNBB não deixou de abordar o tema: a pergunta foi direcionada a Marina Silva (PV) e comentada por Dilma.

Marina reforçou que é contra o aborto e que, na busca por votos, paga “um preço por isso”. Ao comentar a resposta, Dilma disse que não é favorável ao aborto e que não defende mudanças na lei para permitir o aborto em situações específicas.

No primeiro bloco, José Serra usou a religião para atacar indiretamente a petista. “Não sou cristão de véspera de eleição ou de boca de urna, para agradar eleitores e esquecer do assunto no dia seguinte.”

O candidato do PSol, Plínio de Arruda Sampaio, também fez referência religiosa em sua abertura, dizendo ser o candidato que priorizará os pobres e que fará com que os ricos dividam mais os bens. “Como Jesus disse, para eles passarem pelo buraco da agulha.”
CORREIOWEB

Mais debate que embate no encontro dos presidenciáveis na UCB
Marina Silva, candidata à Presidência pelo PV, definiu bem o evento desta noite em suas considerações finais. Foi mais um debate do que embate como nos últimos encontros dos presidenciáveis. Eles falaram suas propostas para as crianças e adolescentes onde os candidatos citaram os planos de combate às drogas, implantação de mais escolas e creches públicas, reforma tributária e legalização do aborto.




Dilma se posicionou contra o aborto e ressaltou sua participação no governo Lula
Os embates aconteceram mais nos primeiros blocos, com destaque para o momento onde Plínio de Arruda sampaio (PSol) afirmou que os governos passados ligados a Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) sucatearam a escola pública.

Os candidatos à Presidência da República participaram na noite desta quinta-feira (23) de debate promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Sobre o desempenho dos presidenciáveis pode-se dizer que Dilma foi a que mais fez uso de números e guardou as propostas para si. Na última pergunta voltada para todos os candidatos sobre o papel do estado no enfrentamento da desigualdade social, a petista se ateve a ressaltar sua participação no governo Lula e a falar sobre os programas que garantiram acensão social da população mais pobre. "Fizemos uma das maiores distribuições de renda do mundo e criamos empregos numa proporção para garantir que o país continue crescendo."


Serra citou seus projetos para a saúde e aumento do salário mínimo
Citando parte da pergunta feita, Marina Silva afirmou que o povo será protagonista de seu governo, por isso mesmo não fez alianças partidárias. "O Estado cumpre a função na mobilização e mediação dos interesses da sociedade. Fiz alianças com núcleos vivos da sociedade e meu compromisso é de que o estado não seja só provedor, nem só fiscalizador, mas mobilizador", respondeu.

Na pegunta final, José Serra citou sua proposta de construir a rede de hospitais Zilda Arns especializado em realibitação de pessoas com deficiência e no final, aproveitou o tempo para cravar sua promessa de elevar o salário mínimo para R$ 600 como uma das medidas para combater a desigualdade social.


Plínio defendeu a reforma agrária, redução da jornada de trabalho e redistribuição de renda
Plínio Sampaio, ferrenho defensor da igualdade, disse que o responsável pela desigualdade social é o estado e a elite brasileira. "Para combater não basta estimular, mas distribuir a renda com reforma agrária, redução da jornada sem redução do salário, fazendo escolas e hospitais públicos", disse.

Plínio, Serra e Dilma tentaram angariar a confiança e os votos do público católico ao citar o preceito "Amai ao próximo como a ti mesmo" como fundamento de sua política contra a desigualdade como fez Dilma, prestando homenagem a religiosos como Serra fez ou com o testemunho da vida na igreja católica como Plínio. Única de religião protestante, Marina se concentrou em não entrar em conflito, manter o discurso de respeito à vida acima do seguimento religioso e em convocar a população para o segundo turno.

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