quarta-feira, 31 de março de 2010

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Encontro entre grupo de Nova York e participantes de um programa social anima Sobradinho II
Mara Puljiz
Publicação: 31/03/2010 08:50 Atualização: 31/03/2010 08:58 correioweb

Alunos do Programa Jovem de Expressão Sobradinho II viveram ontem uma experiência cultural marcante. Receberam a visita do grupo de dança afroamericano Urban Bush Women (UBW), (1)de Nova York (EUA), composto por sete mulheres. Por duas horas, eles trocaram experiências e, ao fim do encontro, participaram de uma animada apresentação de break, capoeira, hip-hop e samba. O fato de não falarem o mesmo idioma não foi problema. Descontraídas, as norte-americanas entraram no ritmo e fizeram a festa na sede do programa, no Conjunto 5 da AR 09 da cidade. “A dança é universal. Foi uma experiência única ter recebido um grupo tão experiente”, destacou o coordenador comunitário do Jovem Expressão, Iranildo Gonçalves. O grupo afro-americano, liderado pela coreógrafa Jawole Zollar, veio ao Brasil a convite da Embaixada dos Estados Unidos. As dançarinas têm disseminado a cultura afra pelo mundo e mostram-se engajadas em programas de responsabilidade social. Uma das bandeiras levantadas por elas é contra o racismo e o preconceito. O tema foi abordado durante o encontro em Sobradinho II. “Cresci nos Estados Unidos nos anos 60, época de movimentos sociais contra a segregação racial. Demorou muito tempo para modificar o sistema e houve muita resistência dos governantes”, contou Jawole ao grupo.

No fim do encontro, as coreografias entusiasmaram os presentesToda a conversa foi mediada por uma tradutora. Cada uma falou um pouco sobre seus sentimentos em relação à dança afra. “Somos capazes de resistir às dificuldades, mas precisamos escrever mais sobre o nosso trabalho para que as pessoas vejam o que estamos fazendo”, ensinou a dançarina Marjani Forte. “A dança nem sempre é recompensadora, mas eu faço porque amo e sou muito feliz por isso”, comentou outra participante do grupo. Visões compartilhadas As palavras das dançarinas estrangeiras levaram ânimo aos jovens artistas de Sobradinho. “Achei muito interessante saber a visão delas sobre a dança. Elas são muito animadas e isso me entusiasmou também”, disse a dançarina brasiliense de street dance Nicole dos Santos, 21 anos. Na visão do coordenador para Assuntos de Igualdade Racial da Secretaria de Justiça do DF (Sejus), João Bilola, a visita do grupo afro-americano promoveu a integração entre duas culturas diferentes. “A expressão corporal nos leva a perceber que o mundo é um só”, destacou. A despedida dos grupos foi marcada por sorrisos estampados no rosto dos jovens de Sobradinho e no das americanas. Antes de irem embora, as sete sambaram, dançaram street dance acompanhando os passos do professor Paulo César Pereira e fizeram uma apresentação afro-americana. Com movimentos fortes e ousados, arrancaram aplausos do público de jovens que assistia atentamente. Segundo a representante da Embaixada dos EUA no Brasil, Caroline Schneider, a intenção é continuar realizando intercâmbios culturais. “É uma demonstração de que os Estados Unidos e o Brasil têm muito em comum. O estilo de dança é muito parecido e todo mundo se sentiu à vontade e feliz com o encontro.” 1 - Reflexão social Criado em 1984 no bairro do Brooklyn, em Nova York, pela coreógrafa Jawole Willa Jo Zollar, o grupo Urban Bush Women usa a dança e a expressão cultural como estímulo à reflexão social. São mais de 32 coreografias elaboradas por Jawole, inspiradas em poesias, cantores de jazz e em danças feitas na rua.
Para saber maisJovem de ExpressãoO programa existe desde outubro de 2007 e tem como objetivo promover a saúde de cidadãos entre 18 e 24 anos, moradores de comunidades carentes do Distrito Federal, evitando que eles sejam expostos a situações de violência. O Jovem de Expressão atende jovens de Sobradinho II e Ceilândia que foram foram escolhidos em razão do potencial criativo da comunidade, composta por meninos e meninas engajados, com consciência social e espírito de liderança.

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